A Comissão do Vale do Paraíba trabalha com a proposição de duas usinas, uma na região do Funil, Resende e outra para beneficiar o Estado de São Paulo, a Usina de Caraguatatuba, que desviaria águas do Paraíba do Sul e as lançaria no litoral do Estado.
MINISTRO APROVOU PLANO PARA
REGULARIZAR O RIO-5 DE NOVEMBRO DE 1955
(DIÁRIO CARIOCA)
O ministro da Agricultura
aprovou o Plano de Regularização do Rio Paraíba, elaborado pela Divisão de
Águas, como parte do programa para a normalização do abastecimento de energia
elétrica no chamado sistema Rio-São Paulo.
A regularização do rio é
providência fundamental no sentido de garantir o aproveitamento integral de seu
potencial energético, tornando possível o funcionamento das usinas geradoras à
plena carga.
BARRAGENS
Não se entende, aliás, a
construção de um sistema hidrelétrico dessa importância sem a correspondente
regularização do curso d´água aproveitado, mediante barragens de acumulação.
Isto ocorre, porém, no Rio Paraíba, embora as usinas geradoras instaladas em
sua bacia alcancem em conjunto uma potência muito elevada, e sirvam à região de
maior desenvolvimento econômico do País.
O PLANO
“O
plano de regularização abrange o Rio Paraíba e seus principais afluentes
aproveitados para a produção de energia elétrica. Prevê a construção de uma
série de barragens, em locais tecnicamente indicados, de modo a possibilitar,
durante todo o ano (isto é, independentemente de precipitações pluviométricas),
uma vazão de 200 m3/s em Barra do Piraí, e ser derivada uma descarga
de 50 m3/s para Caraguatatuba, onde deverá construir-se uma grande
usina (465.000 KW), cuja concessão foi outorgada ao Estado de São Paulo”.
(Valdemar de Carvalho, diretor da Divisão de Águas)
SANTA BRANCA, ÚNICA BARRAGEM
EM CONSTRUÇÃO
Para assegurar o pleno
funcionamento da usina de Forçacava (Nilo Peçanha), mesmo em época de estiagem,
como a atual, torna-se necessária a construção de uma série de represas, a que
se obrigou a concessionária, quando lhe foi outorgado esse direito. Até o
presente, só uma dessas barragens está em construção, a de Santa Branca. Pelo
menos mais duas, em Buquira e em Jaguari, necessitam ser feitas. O plano de
regularização elaborado pela Divisão de Águas inclui, além dessas, algumas
outras represas de acumulação, principalmente as de Paraitinga e Paraibuna, que
deverão garantir o desvio de águas para a vertente atlântica, na altura de
Caraguatatuba. Uma barragem em Sato assegurará o aproveitamento de cerca de
200.000 KW, que poderão servir principalmente à eletrificação da Central do
Brasil e ao abastecimento de Volta Redonda. Com a regularização da descarga do
rio, abrem-se ainda perspectivas para a construção de uma série de novas
usinas, como as de Carvalhais (175.000 KW), Anta-Sapucaia (511.000 KW), Picada
(160.000 KW), Sapucaia (300.000 KW), São Fidélis (180.000 KW).
Nas proximidades de Forçacava
localiza-se também um desnível de interesse, o de Ponte Coberta, cuja concessão
foi outorgada desde 1944 à concessionária de distribuição no Distrito Federal.
Ponte Coberta possibilitará uma expansão de aproximadamente 90.000 KW para o
sistema Rio. Está a concessionária obrigada por força de uma das últimas
resoluções do Conselho de Águas e Energia Elétrica, a apresentar à Divisão de
Águas dentro de 180 dias, o projeto para a construção da usina.
RECUPERAÇÃO DO VALE DO
PARAÍBA
A regularização do Rio Paraíba
constitui assim, a pedra angular sobre que repousarão todas as demais obras
necessárias ao integral aproveitamento energético da importante bacia. Mas não
só sob esse aspecto atenderá ao interesse público.
“O
aproveitamento integral interessa também ao abastecimento d´água das populações
marginais, à irrigação das terras do vale, às obras de defesa contra as
inundações, etc. A defesa contra as inundações, e as obras de irrigação e
drenagem visam à recuperação da fertilidade das terras das encostas e à proteção
da agricultura das várzeas, permitindo a transformação do Vale do Paraíba em
uma zona de produção agrícola das mais importantes do País, destinada sobretudo
a abastecer o mercado consumidor das suas maiores cidades brasileiras, Rio de
Janeiro e São Paulo. Por isso, essa tarefa transcende a órbita privada,
convertendo-se em problema eminentemente público que requer a maior atenção do
governo”.
USINA TERMELÉTRICA DE
REFORÇO
À falta de regularização do
Rio Paraíba alia-se outro fator concorrente para a periódica e crescente crise
do abastecimento de energia elétrica no sistema Rio-São Paulo: a inexistência
de usinas termelétricas e reforço. Nesse sentido, o diretor da Divisão de Águas
declarou:
“Mesmo
nos países de maiores reservas hidráulicas, como os Estados Unidos ou a Suécia,
a técnica moderna aconselha sempre a complementação dos sistemas hidrelétricos
mediante usinas termelétricas, que se destinam a cobrir as pontas de carga,
isto é, as horas em que há maior consumo de energia. No sistema que serve ao
Distrito Federal, praticamente não há reforço termelétrico. De modo que, nas
horas de maior demanda, a solução fatal tem sido o corte do circuito, com os
consequentes e indiscutíveis prejuízos que acarretam para os consumidores. A
Divisão de Águas de há muito vem pugnando pela construção de uma central
termelétrica para reforçar o abastecimento do Rio. Essa usina poderá consumir
carvão nacional, ou óleo, e deverá entrar em funcionamento nas horas de consumo
máximo, de modo a evitar tanto o corte de circuito como a queda da voltagem. Em
exposição datada de fins de 1953, salientamos a urgência dessa medida, no que
nos secundou o então ministro da Agricultura, e finalmente o próprio presidente
da República. Aconselhava-se a instalação de uma usina de pelo menos 200.000 KW
de potência. O Conselho de Águas e Energia Elétrica considerou que, mesmo com
100.000 KW, a usina seria satisfatória, provisoriamente. Nesse sentido,
determinou à concessionária que tomasse as providências necessárias (Resolução
nº 934, de 30 de dezembro de 1953). A usina não foi instalada, porém, e nem
sequer os estudos foram feitos. Daí haver o Conselho reiterado a determinação,
em uma de suas últimas reuniões, o que ficou consubstanciado pela Resolução de
19 do mês corrente”.
REAPARELHAMENTO DA DIVISÃO
DE ÁGUAS
“A
Divisão de Águas, do Ministério da Agricultura, cabe fiscalizar às empresas
concessionárias ara que cumpram as determinações do Conselho, com que se
pretende minorar, provisoriamente, a crise de energia elétrica. Mas, como tem
sido sobejamente demonstrando, esta Divisão não está habilitada a exercer com
eficiência as importantes atribuições que lhe incumbem, dentre as quais a
fiscalização das empresas concessionárias de produção e distribuição de energia
elétrica é das mais relevantes. Os nossos quadros técnicos acham-se
desfalcados, havendo falta de engenheiros e de contadores especializados. Urge,
portanto, que se tomem as providências cabíveis a fim de reaparelhar a repartição,
o que já foi recomendado pelo ministro da Agricultura, desde 1953, quando em
exposição ao presidente da república lembrou a necessidade de converter-se a
atual Divisão de Águas e Energia Elétrica, e a consequente reestruturação do
Departamento Nacional da Produção Mineral, do qual a Divisão é parte”.
REVISÃO DA LEGISLAÇÃO DE
ENERGIA ELÉTRICA-20 DE MARÇO DE 1956
(O DIA-CURITIBA)
O sr. Juscelino Kubitschek
designou um grupo de trabalho na Secretaria Geral do Conselho de
Desenvolvimento, composto dos srs. John Cotrim, Otávio Gouveia de Bulhões,
Antônio José Alves de Sousa, cel. José Varonil de Albuquerque Lima e Valdemar
José de Carvalho, para estudar a revisão da legislação de energia elétrica,
mediante entendimentos com as entidades de classes interessadas, com técnicos
do Governo Federal e dos Governos estaduais e municipais, e ainda
representantes de empresas privadas, a apresentar sugestões para a expansão da
indústria de eletricidade em todo o país.
DECRETO
Nº 38.970, DE 4 DE ABRIL DE 1956
Institui uma comissão
especial, para o estudo do aproveitamento da energia hidráulica das corredeiras
do Salto, Paredão, Funil, no Estado do Rio de Janeiro e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA,
usando da atribuição que lhe confere o artigo 87, inciso I da Constituição, e
tendo em vista a exposição de motivos do Conselho Nacional de Águas e Energia
Elétrica,
DECRETA:
Art. 1º Fica instituída, sob a presidência de representante do Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica, uma comissão especial, incumbida de promover os estudos para o aproveitamento da energia hidráulica das corredeiras do Salto, Paredão, Funil, nas vizinhanças de Resende, no Estado do Rio de Janeiro, bem assim sugerir as providências adequadas para a solução do problema de energia elétrica na Capital da República, com a utilização dos recursos oriundos daquela fonte e de outras existentes nas proximidades.
Art. 2º Dessa comissão deverão fazer parte representantes da Divisão de Águas do Departamento Nacional da Produção Mineral, do Ministério da Agricultura, do Departamento de Obras e Saneamento do Ministério da Viação, da Diretoria de Obras e Fortificações do Ministério da Guerra, da Estrada de Ferro Central do Brasil e da Companhia Siderúrgica Nacional, designados pelos titulares das referidas pastas e pelos diretores daquelas autarquias.
Parágrafo único. Os servidores que forem designados para tal fim, passarão, pelo prazo de um ano, à disposição do Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica, sem prejuízo dos vencimentos, tempo de serviço e mais vantagens a que tenham direito nos órgãos a que pertençam.
Art. 3º A comissão se instalará na sede do Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica, funcionará em local apropriado, organizará o seu regimento interno, e, uma vez ultimados os seus trabalhos, apresentará, no prazo de um ano, a contar da data de sua instalação, relatório circunstanciado dos mesmos, contendo sugestões, planos, projetos de obras e orçamentos.
Parágrafo único. O Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica encaminhará o relatório e sugestões com o seu parecer à deliberação do presidente da República.
Art. 4º Fica aberto ao Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica, no Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico, mediante transferência do Banco do Brasil, o crédito de Cr$ 5.000.000,00 (cinco milhões de cruzeiros) provenientes dos recursos da arrecadação de que trata a letra b do art.2º da Lei nº 2.308, de 30-08-1954.
Art. 5º As despesas com os trabalhos da comissão serão pagas pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e por ordem do presidente do Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica, depois de aprovadas pelo Plenário do Conselho.
Art. 6º Os membros da comissão especial instituída por este Decreto, perceberão a gratificação mensal de Cr$ 10.000,00 (dez mil cruzeiros).
Art. 7º Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação.
Art. 8º Revogam-se as disposições em contrário.
Art. 1º Fica instituída, sob a presidência de representante do Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica, uma comissão especial, incumbida de promover os estudos para o aproveitamento da energia hidráulica das corredeiras do Salto, Paredão, Funil, nas vizinhanças de Resende, no Estado do Rio de Janeiro, bem assim sugerir as providências adequadas para a solução do problema de energia elétrica na Capital da República, com a utilização dos recursos oriundos daquela fonte e de outras existentes nas proximidades.
Art. 2º Dessa comissão deverão fazer parte representantes da Divisão de Águas do Departamento Nacional da Produção Mineral, do Ministério da Agricultura, do Departamento de Obras e Saneamento do Ministério da Viação, da Diretoria de Obras e Fortificações do Ministério da Guerra, da Estrada de Ferro Central do Brasil e da Companhia Siderúrgica Nacional, designados pelos titulares das referidas pastas e pelos diretores daquelas autarquias.
Parágrafo único. Os servidores que forem designados para tal fim, passarão, pelo prazo de um ano, à disposição do Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica, sem prejuízo dos vencimentos, tempo de serviço e mais vantagens a que tenham direito nos órgãos a que pertençam.
Art. 3º A comissão se instalará na sede do Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica, funcionará em local apropriado, organizará o seu regimento interno, e, uma vez ultimados os seus trabalhos, apresentará, no prazo de um ano, a contar da data de sua instalação, relatório circunstanciado dos mesmos, contendo sugestões, planos, projetos de obras e orçamentos.
Parágrafo único. O Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica encaminhará o relatório e sugestões com o seu parecer à deliberação do presidente da República.
Art. 4º Fica aberto ao Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica, no Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico, mediante transferência do Banco do Brasil, o crédito de Cr$ 5.000.000,00 (cinco milhões de cruzeiros) provenientes dos recursos da arrecadação de que trata a letra b do art.2º da Lei nº 2.308, de 30-08-1954.
Art. 5º As despesas com os trabalhos da comissão serão pagas pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e por ordem do presidente do Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica, depois de aprovadas pelo Plenário do Conselho.
Art. 6º Os membros da comissão especial instituída por este Decreto, perceberão a gratificação mensal de Cr$ 10.000,00 (dez mil cruzeiros).
Art. 7º Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação.
Art. 8º Revogam-se as disposições em contrário.
Rio de Janeiro, 4 de abril
de 1956; 135º da Independência e 68º da República.
JUSCELINO KUBITSCHEK
Henrique Lott
José Maria Alkmim
Lúcio Meira
Ernesto Dornelles
Henrique Lott
José Maria Alkmim
Lúcio Meira
Ernesto Dornelles
(A
comissão será presidida por um representante do CNAEE; um representante da
Divisão de Águas do DNPM; do Departamento de Obras e Saneamento do Ministério
da Viação; da Diretoria de Obras e Fortificações do Ministério da Guerra; da
EFCB e da CSN, designados pelos titulares da Pastas e diretores das autarquias.
19 de maio de 1956, Min. da Guerra designa o coronel José Varonil do CNAEE para
exercer presidência da comissão especial e o coronel Luiz Neves da Diretoria de
Obras e Fortificações para a mesma comissão. 10 de julho de 1956, designado o
major técnico Joaquim Louzada Mariante, em substituição ao coronel técnico Luiz
Neves, em 15 de julho nomeado William Paulo Maciel da EFCB.)
AUMENTO DO POTENCIAL HIDRELÉTRICO
DO ESTADO DO RIO-8 DE MAIO DE 1956
(CORREIO DA MANHÃ)
O presidente Juscelino
Kubitschek assinou decretos designando, na comissão especial incumbida de
promover os estudos do aproveitamento da energia hidráulica das corredeiras do
Salto, Paredão, Funil, no Estado do Rio, o coronel José Varonil de Albuquerque
Lima, para as funções de presidente, na qualidade de representante do Conselho
Nacional de Águas e Energia Elétrica e o coronel Luiz Neves, para as funções de
membro, na qualidade de representante da Diretoria de Obras e Fortificações do
Exército.
APROVEITAMENTO ECONÔMICO DO
VALE DO PARAÍBA-23 DE MAIO DE 1956
(DIÁRIO CARIOCA)
O presidente Juscelino
Kubitschek assinou decreto designando o coronel José Varonil de Albuquerque
Lima, como representante do Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica, o
engenheiro Francisco Raimundo Ribeiro Filho, como representante do Ministério
da Agricultura, o engenheiro Luís Romero da Silva, como representante do
Ministério da Saúde, o engenheiro Manoel Pacheco de Carvalho, como
representante do Ministério da Viação, o engenheiro Salo Brand, como
representante do Governo do Estado do Rio, o engenheiro Mário Lopes Leão, como
representante do Governo do Estado de São Paulo, o engenheiro Flávio Lyra da
Silva, como representante do Governo do Estado de Minas, e o engenheiro Ataulfo
dos Santos Coutinho, como representante da Prefeitura do Distrito Federal,
para, em comissão, sob a presidência do primeiro, estudar o Vale do Rio Paraíba
e propor ao Governo medidas que permitam solucionar os problemas relativos ao
desenvolvimento da região, sobretudo as que dizem respeito ao seu
aproveitamento econômico.
PLANTÃO NO CATETE-16 DE
JULHO DE 1956
(A NOITE)
O presidente Juscelino
Kubitschek assinou decretos designando membros da comissão especial incumbida
de promover os estudos do aproveitamento da energia hidráulica das corredeiras
do Salto Paredão Funil, no Estado do Rio de Janeiro, o major Joaquim Louzada
Mariante, na qualidade de representante da Diretoria de Obras e Fortificações
do Exército e o engenheiro William Paulo Maciel, na qualidade de representante
da Estrada de Ferro Central do Brasil. O presidente da República assinou decreto
nomeando Miguel Magaldi para exercer, a partir de 12-7-56 até a mesma data de
1961, as funções de membro do Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica.
BOLETIM (156) DA DIRETORIA
GERAL DO PESSOAL DO EXÉRCITO-12 DE JULHO DE 1956
Joaquim Louzada Mariante da
DOF por ter sido designado para Comissão Especial junto ao CNAEE, tendo ficado
adido ao DTP; (...)
ENERGIA HIDRÁULICA DAS
CORREDEIRAS DO SALTO, PAREDÃO E FUNIL-15 DE JULHO DE 1956
(CORREIO DA MANHÃ) (A NOITE)
O presidente Juscelino
Kubitschek assinou decretos designando membros da comissão especial incumbida
de promover os estudos de aproveitamento da energia hidráulica das corredeiras
do Salto, Paredão, Funil, no Estado do Rio de Janeiro, o major Joaquim Louzada
Mariante, na qualidade de representante da Diretoria de Obras e Fortificações
do Exército e o engenheiro William Paulo Maciel, na qualidade de representante
da Estrada de Ferro Central do Brasil.
COMISSÃO DO VALE DO
PARAÍBA-12 DE SETEMBRO DE 1956
(DIÁRIO DE NOTÍCIAS)
O presidente da República
assinou decretos, dispensando o engenheiro Mário Lopes Leão da função de
representante do Governo do Estado de São Paulo junto à Comissão encarregada de
estudar o Vale do Rio Paraíba e designando, para substituí-lo, o engenheiro
Álvaro de Souza Lima.
ASSEMBLEIA
LEGISLATIVA-ESTADO DO RIO-RIO PARAÍBA-31 DE OUTUBRO DE 1956
(DIÁRIO DE NOTÍCIAS)
O sr. Rodrigues de Oliveira
(PSB) revelou que a Comissão do Vale do Paraíba deverá se pronunciar, dentro
dos próximos dias, a favor da construção da Usina de Caraguatatuba, considerada
sumamente prejudicial aos interesses fluminenses. Disse o líder socialista que
o Estado do Rio conta naquele órgão com três votos, os do secretário de Viação
do Estado, do representante da Prefeitura do Distrito Federal e do
representante do Ministério da Saúde.
Lamentou que não fosse feito
trabalho no sentido de catequizar outros dois representantes, os do Ministério
de Viação e do Estado de Minas Gerais, que segundo se adianta votarão com São
Paulo, assegurando-se maioria de 5 votos.
PRIMEIRA BARRAGEM PARA
REGULARIZAÇÃO DO RIO PARAÍBA-23 DE JANEIRO DE 1957
(CORREIO DA MANHÃ)
Está sendo construída em
Santa Branca com 54 metros de altura e armazenará volume de água igual à quinta
parte da Baía de Guanabara – Grandes obras de engenharia previstas para a
região.
No Vale do Paraíba, no eixo
Rio-São Paulo, chamado em reportagem anterior de “O Vale das Chaminés”, devido à sua grande e crescente
industrialização, projetaram-se grandes obras de engenharia rodoviária e hidrelétrica,
todas elas visando a aumentar o potencial econômico da região.
Objetivando evitar o
alagamento da Baixada de Taubaté e Cachoeira Paulista, existe acordo entre o Governo
Federal e o do Estado de São Paulo para a construção de diques nas margens do
rio e retificação de certos trechos.
Para suplementar a Rodovia presidente
Dutra há estudos, que já estão passando à execução, no sentido de um novo
traçado da Serra das Araras, de forma que o viajante não mais verá o famoso
monumento com o seu farol.
APROVEITAMENTO DE ENERGIA
HIDRÁULICA NO ESTADO DO RIO-17 DE MAIO DE 1957
(CORREIO DA MANHÃ)
O presidente da República
assinou, na Pasta da Agricultura, o Decreto nº 41.499, de 15 do corrente,
publicado no Diário Oficial da mesma data, prorrogando, até 31 de dezembro do
corrente ano, o prazo das atividades da Comissão Especial incumbida de promover
os estudos referentes ao aproveitamento da energia hidráulica das corredeiras
do Salto Paredão e Funil, no Estado do Rio de Janeiro.
Por aquele ato presidencial
ficou estabelecido que as despesas decorrentes da prorrogação dos trabalhos da
referida Comissão serão pagas com o saldo da verba existente apara este fim, à
disposição do Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica.
NECESSÁRIA A CONSTRUÇÃO DA
USINA SALTO FUNIL-18 DE JULHO DE 1957
(A NOITE)
Evitará o racionamento da
energia elétrica para as indústrias e consumidores domésticos do Vale do
Paraíba – Entidades federais e autárquicas que precisam da regularização do rio
– Também os Governos do Estado do Rio e de São Paulo – Importância do problema
em face do desenvolvimento da siderurgia pesada – Interessados: Central do
Brasil, Exército e Volta Redonda – Fala a este jornal o vice-presidente da
Companhia Siderúrgica Nacional
A reportagem de A NOITE,
desejando esclarecer a momentosa questão da regularização do Rio Paraíba,
assunto que vem apaixonando a opinião pública do Brasil, especialmente do
Estado do Rio, Distrito Federal e São Paulo, e que tem sido objeto dos mais
variados debates entre parlamentares e técnicos, foi ouvir o engenheiro Ismael
Coelho de Souza, vice-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional e
representante dessa organização em uma Comissão Especial, designada para
estudar o aproveitamento da Cachoeira Salto Funil.
O nosso interesse é tanto
maior em face das necessidades de fornecimento de energia elétrica para as
indústrias do vale do Paraíba, bem como da Estrada de Ferro Central do Brasil,
das Fábricas Presidente Vargas e de Itajubá, e mesmo de Volta Redonda.
ASPECTOS EM DEBATE
Como se sabe, são vários os
aspectos pelos quais se apresenta o problema. O Rio Paraíba do Sul vem sendo
estudado em diversos ângulos. Uns sob o ponto de vista da regularização de sua
descarga ao longo de todo o Vale; outros considerando a possibilidade de
obter-se dele mais energia elétrica com o aproveitamento de suas corredeiras ou
com o desvio de seus formadores para a costa atlântica.
E é tal o interesse na
questão que os governos dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro estão sempre
atentos ao assunto. O primeiro quer lançar em Caraguatatuba parte das águas do
Paraibuna paulista, construindo ali uma usina; enquanto que o segundo acha-se
temeroso de que as antigas cidades fluminenses, que se fundaram ao longo do
rio, sofram com o desvio, como acontece nas épocas de estiagem.
UM RELATÓRIO EM ANDAMENTO
Conhecedor do assunto, já o
tendo estudado minuciosamente, logo que o jornalista aludiu ao que ia, o
entrevistado informou que os trabalhos da Comissão especial estão chegando ao
fim. A Comissão entrou em entendimento com um dos melhores laboratórios de
grandes barragens, de renome técnico indiscutível. Assim, com os elementos
fornecidos pela Servix, que já tinha contrato de estudos para o aproveitamento
de Funil com a E.F.C.B. e o laboratório citado, a Comissão está elaborando o
relatório final a ser encaminhado ao Governo.
UM POUCO DE HISTÓRIA
Atendendo a uma solicitação
de A NOITE, o engenheiro Ismael Coelho de Souza fez o histórico da construção
da usina: “A construção dessa usina é assunto muito antigo. A Cachoeira do
Salto situada próximo à estação de Queluz, do ramal de São Paulo, foi adquirida
pela Central do Brasil há mais de trinta e cinco anos com a finalidade de ali
ser construída uma usina hidrelétrica de capacidade tal que fornecesse a
energia necessária não só à eletrificação das linhas do subúrbio desta cidade,
como as do ramal de São Paulo. Este assunto, fez surgir naquela época grandes
discussões técnicas e econômicas, porque enquanto uns sustentavam que se devia
construir imediatamente a usina, outros, ao contrário, eram de opinião que o
governo não devia fazer tal despesa, mas sim, comprar energia da Light, que no
tempo a tinha disponível para vender. O tempo em breve esgotou a capacidade das
usinas da Light situadas no eixo Rio-São Paulo”.
MAIS NECESSIDADES
“É verdade que a empresa
canadense não se descuidou de todo, construindo a barragem de Santa Cecília, no
Rio Paraíba, e transportando, por meio de recalques sucessivos, a água assim
obtida até Lajes, onde ela é utilizada pela nova usina Nilo Peçanha.
Mas a Central do Brasil viu
crescer as suas necessidades de mais energia elétrica pelo correspondente
crescimento de seu tráfego, bem como continua em seu programa de eletrificar
todo o ramal de São Paulo e mais a linha do centro, esta incumbida de prover o
crescente transporte de minérios de ferro e manganês não só para atender ao
consumo de Volta Redonda e outras usinas como para exportação ao estrangeiro.
De outro lado, as novas
fábricas que o Exército possui em Piquete e em Itajubá estão exigindo mais
energia elétrica”.
RAZÕES DA CONSTRUÇÃO
CONTINUANDO, O
VICE-PRESIDENTE DA Siderúrgica Nacional afirmou que as autoridades militares,
em representações e relatórios, já mostraram ao Governo as razões da construção
da usina Salto Funil, pois ela vai permitir que a aparelhagem de seus estabelecimentos
industriais tenham melhor rendimento e que sejam possibilitadas a ampliação e
construção de novas linhas de montagem de fábricas, empreendimentos que se
ressentem da falta de energia elétrica.
A própria Companhia
Siderúrgica Nacional, com a expansão de Volta Redonda, passando a produzir um
milhão de toneladas de aço, dentro de dois anos, precisará, também de mais
energia.
“Como vê, só essas três
entidades governamentais: o Exército, a Central do Brasil e a Companhia
Siderúrgica Nacional, irão utilizar de imediato quantidades enormes de energia
produzida pela usina do Salto Funil.
Uma quarta entidade
governamental vai necessitar de energia elétrica: é a Rede Mineira de Viação
que está eletrificando parte de sua linha-tronco, no trecho Barra Mansa-Angra
dos Reis. O trecho desse trecho da R.M.V. vai intensificar-se porque acaba ela
de fazer com a Companhia Siderúrgica um contrato de transporte de 300.000
toneladas de carvão anuais que poderão ser elevadas até 700.000 toneladas ,
caso as condições do porto de Angra assim o permitam”.
QUAIS OS BENEFÍCIOS
Indagado se as indústrias
que se vem localizando ao longo do Vale do Rio Paraíba e as que existem na
cidade de São Paulo e seus arredores, Baixada Fluminense e distrito Federal
serão também beneficiadas com a construção da usina Salto Funil, respondeu:
“Naturalmente, que sim.
Deixando de suprir de energia elétrica o Exército em Piquete e Itajubá, a
Central do Brasil, a Companhia Siderúrgica Nacional e a Rede Mineira de Viação,
poderá a Light atender melhor a essas indústrias de que me falou acima. Na
verdade, o Vale do Rio Paraíba, entre Jacareí e Barra do Piraí está se
constituindo em nosso pequeno Ruhr, tal o número e variedades de indústrias que
nele estão instaladas ou em via de instalação.
Citarei de memória algumas
delas: em Volta Redonda, a Companhia Siderúrgica Nacional, a Fábrica de Cimento
Vale do Paraíba, a Estanífera, a White Martins.
Em São José dos Campos
existem as instalações do Ministério da Aeronáutica, a Fábrica de Telefones
Ericsson, a Fábrica de lambretas e, em construção, a grande fábrica de tratores
da General Motors. Em Taubaté, além de suas fábricas de tecidos e da fundição
de máquinas Piratininga, está se instalando a Schneider para a fabricação de
máquinas pesadas. Em Cruzeiro, a Sotema, que constrói vagões e outros veículos,
está aumentando suas instalações numa grande área para produzir tratores,
eixos, etc., e a Platt ali tem uma fábrica de máquinas têxteis.
Em mais cidades do Vale do
Paraíba há muitas outras indústrias para fins variados, tudo a exigir mais
energia elétrica”.
VANTAGENS E CONSUMIDORES
Fizemos, em seguida, uma
interpelação:
“A construção da barragem do
Funil influirá sobre a regularização da descarga do Rio Paraíba?”
“Sim, foi a resposta pronta.
Ela permitirá não só que a usina de Santa Cecília funcione sempre a plena
carga, como também que haja em barra do Piraí suficiente sobra de água para
atender às necessidades das cidades situadas à jusante desse ponto que utilizam
as águas do rio, pois haverá possibilidade de se manter sempre uma sobra de 40
m3/s, quando nas condições atuais essa sobra desce a menos de 20 m3/s
nas épocas de estiagem”.
Interrogamos, ainda:
“E os consumidores? Haverá
em número suficiente para toda a energia produzida pela nova usina?”
“Acredito que sim. Nenhuma
outra usina estará em condições semelhantes a do Salto, pois a própria Light se
interessará em adquirir toda a sobra de energia não utilizada pelas entidades
federais já enumeradas”.
EVITARÁ O RACIONAMENTO
Por último, perguntamos qual
o tempo de execução da obra e seu custo, ao que foi respondido:
“A construção dessa usina
poderá ser feita em três anos e meio e a despesa não ultrapassará dois e meio
bilhões de cruzeiros. É uma obra, como se vê, de absoluta e imediata
necessidade. Ela evitará que os dois grandes centros, Rio e São Paulo, e mais
as indústrias existentes no Vale do Rio Paraíba, sofram um possível
racionamento no fornecimento de energia e possam cuidar de seu desenvolvimento,
assim como permitirá que as cidades ribeirinhas do Estado do Rio não se vejam
ameaçadas em suas necessidades de água”.
NÃO SERÃO DESVIADAS ÁGUAS DO
PARAÍBA: CARAGUATATUBA-24 DE ABRIL DE 1958
(JORNAL DO BRASIL) (CORREIO
DA MANHÃ)
De acordo com o despacho do
sr. Juscelino Kubitschek, sustando a autorização para a construção da Usina de
Caraguatatuba e desaprovando qualquer novo desvio das águas do Rio Paraíba (transposição do rio para a vertente
oceânica), prevaleceu o ponto de vista defendido pelas autoridades
fluminenses nesta importante questão para a economia do Estado do Rio.
O despacho presidencial foi
dado com base em pareceres do Conselho Nacional de Segurança, depois de
longamente estudada a matéria. Determina o despacho que antes de qualquer novo
desvio sejam estudadas a regularização do rio e a poluição de suas águas, de
modo a garantir o seu uso.
Agora, técnicos federais e
dos Estados de Minas, do Rio e São Paulo, de acordo, ainda, com o parecer,
estudarão o aproveitamento do Salto do Funil, em Resende, para a regularização
do volume de água do Rio Paraíba.
CORREIO DOS
ESTADOS-ELETRICIDADE PARA O VALE DO PARAÍBA-11 DE NOVEMBRO DE 1959
(CORREIO DA MANHÃ)
O governador Roberto
Silveira acaba de autorizar a Secretaria de Energia Elétrica a promover a
participação do Estado na constituição da Companhia Hidrelétrica do Vale do
Paraíba, contribuindo com 4% do capital social da empresa, que é de 128
milhões.
O chefe do Governo assinou
ato designando o engenheiro Waldir Ramos da Costa para representar o Estado
junto ao grupo de trabalho do aproveitamento do Salto do Funil para
constituição da Companhia.
MINAS TAMBÉM QUER GANHAR COM
PARAÍBA-18 DE DEZEMBRO DE 1959
(TRIBUNA DA IMPRENSA)
O sr. Bias Fortes está
interessado na inclusão de parte do território mineiro entre os beneficiados do
Plano do Vale do Paraíba que está na Câmara Federal e o Governo mineiro
encarregou o sr. Alkmim de tratar dos interesses de Minas.
ASSEMBLEIA FLUMINENSE-30 DE
DEZEMBRO DE 1959
(DIÁRIO CARIOCA)
O ato do Governo autorizando
a participação do Estado na Companhia Hidrelétrica do Vale do Paraíba, com Cr$ 129
milhões, pagáveis em cotas que se estenderão até 1964, não se achava conforme
as determinações da lei, “pois devia ter
sido autorizado pela Assembleia”.
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