terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Comissão do Vale do Paraíba

Como a Light engavetou o projeto de uma usina para atender as necessidades da Rede Ferroviária Federal-Estrada de Ferro Central do Brasil, a RFF formou um grupo de trabalho para estudar a região entre Cachoeira Paulista e Resende. Logo depois, o Governo Federal formou um grupo com representantes de outros órgãos federais para depois criar uma empresa com fim específico.
 
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA-MEMBRO DO CNAEE-12 DE JULHO DE 1950
(DIÁRIO DE NOTÍCIAS)
O presidente da República assinou decreto, nomeando membro do Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica, a partir de hoje até 12 de julho de 1955, José Varonil de Albuquerque Lima.
REPRESENTANTES FLUMINENSES NA COMISSÃO DO VALE DO PARAÍBA-1º DE AGOSTO DE 1951
O governador Amaral Peixoto designou os representantes do Estado do Rio nas reuniões que se realizarão no Ministério da Viação entre representantes dos Governos Federal e dos Estados de Minas e São Paulo, objetivando a organização de um plano geral, cuja execução possa proporcionar melhor aproveitamento da região compreendida na Bacia do Rio Paraíba.
Os representantes fluminenses designados são só seguintes: Manuel Pacheco de Carvalho, secretário de Viação; Paulo Fernandes, secretário de Agricultura; deputados federais Hélio de Macedo Soares e Silva, Saturnino Braga e Saulo Brand; engenheiros Rubens Caminha, diretor de Estradas e Rodagem; Areia Leão, diretor de Obras Hidráulicas; Rodolfo Veloso, diretor dos Portos Estaduais; Abelardo Carmo Reis, diretor de Energia Elétrica e o geólogo, Alberto Lamego.
NA VIZINHANÇA DO DISTRITO FEDERAL E DE SÃO PAULO-O PARAÍBA É O RIO CUJA BACIA APRESENTA, NO SUL DO PAÍS, MAIORES POSSIBILIDADES GEOECONÔMICAS-15 DE AGOSTO DE 1951
(DIÁRIO DA NOITE)
GRANDES OBRAS PROJETADAS PARA RECUPERAÇÃO DA ÁREA QUE TÃO DECISIVO PAPEL DESEMPENHOU NO IMPÉRIO-NOMEADA A COMISSÃO QUE ELABORARÁ O PLANEJAMENTO
O ministro Souza Lima, titular da pasta da Viação, vem de nomear uma Comissão com a incumbência de elaborar o planejamento de obras e serviços que objetivem o melhor aproveitamento e o desenvolvimento sob todos os aspectos da Bacia do Paraíba.
A Bacia do Rio Paraíba adquire, cada vez mais, marcada importância econômica e industrial, e deve recuperar o valor agropecuário que outrora teve. (...) Será integrada dos seguintes membros: representantes do Ministério da Viação (Camilo de Menezes), Instituto Ferroviário de Pesquisas Técnico-Econômicas, Ministério da Agricultura, do Estado de Minas Gerais (John Cotrim, Lucas Lopes), do Estado de São Paulo, do Estado do Rio de Janeiro, do Conselho Nacional do Petróleo, do Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica (José Varonil de Albuquerque Lima), da COBAST.
REUNE-SE HOJE A COMISSÃO DO VALE DO PARAÍBA-25 DE AGOSTO DE 1951
(GAZETA DE NOTÍCIAS)
Hoje às 16:00, terá lugar no gabinete do ministro da Viação, uma reunião dos elementos que compõem a Comissão do Vale do Paraíba, tendo por escopo tratarem de assuntos ligados ao aproveitamento da aludida reunião. A reunião em apreço, contará com a presença do titular da Viação, deputados e jornalistas.
COMISSÃO DO VALE DO PARAÍBA-25 DE AGOSTO DE 1951
(DIÁRIO CARIOCA)
Instalou-se ontem no gabinete do ministro da Viação, a “Comissão do Vale do Paraíba”, tendo o sr. Souza Lima discursado dando início aos trabalhos.
A Comissão conta com representantes do Estado de Minas, São Paulo e Rio de Janeiro e ficou assim constituída: presidente, ministro Souza Lima; srs. Lucas Lopes, Décio Vasconcelos, John Cotrim, Demerval Pimenta, José Soares Gouveia, Otávio Ferraz Sampaio, Célio Ferreira, Lair Castro Cotti, Rui Miller Paiva, Paulo Rocha Tavares, Rubens Caminha, Areia Leão, Rodolfo Veloso, Abelardo Lamego, além de representantes dos Ministérios da Viação e da Agricultura.
CONSTITUÍDA E INSTALADA A “COMISSÃO DO VALE DO PARAÍBA”-25 DE AGOSTO DE 1951
(DIÁRIO DE NOTÍCIAS) (CORREIO DA MANHÃ)
DE MAIOR IMPORTÂNCIA PARA O PLANO ORA EM ESTUDO-PALAVRAS DO MINISTRO DA VIAÇÃO NA SOLENIDADE
Realizou-se ontem à tarde, no gabinete do ministro da Viação a solenidade de instalação da “Comissão do Vale do Paraíba”:
“Estou certo de que esta Comissão irá prestar à Bacia do Paraíba e, portanto, ao Brasil os maiores serviços e é nesta certeza que eu saúdo a todos os seus componentes. Apraz-me informar que as variantes da Central do Brasil, de maior importância no plano de desenvolvimento que vamos estudar, prosseguem ativamente e breve estarão concluídas. Também assim a primeira pista da rodovia Rio-São Paulo. É de grande importância, a ligação direta dessa rodovia à Rio-Bahia, com a atual passagem forçada pela cidade do Rio de Janeiro, subindo e descendo a Serra do Mar. Essa ligação, mais ou menos de Barra Mansa a Três Rios, passando por Barra do Piraí está com seus estudos quase concluídos pelo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. Realização da maior importância será a execução da Usina Hidrelétrica do Salto, que a Central do Brasil está estudando. Já ficou assentado por seu ilustre diretor, que embora a Estrada só necessite de cerca de 40.000 HP, quando já se verificou a possibilidade de obter de 200.000 a 250.000 HP, essa será a potência da Usina a construir, para o que poder-se-á talvez estudar a constituição duma sociedade de economia mista, da qual a Central participaria e que poderia não só construir e explorar essa Usina como a destilaria e a refinaria dos xistos betuminosos de Taubaté. Teremos assim assegurados na Bacia do Médio Paraíba um fornecimento de energia elétrica de muito superior ao que ela hoje possui, bem como o fornecimento de óleo diesel às ferrovias que a servem. Está igualmente em estudos um plano de rodovias de turismo, a serviço das estações de águas, plano esse que beneficiará igualmente a Bacia Paraibana. Vemos que muita coisa é possível fazer-se num planejamento de projetos, numa conjugação de esforços, ordenado para um fim comum. Está empossada a Comissão”.
COMO FICOU CONSTITUÍDA A COMISSÃO
A Comissão do Vale do Paraíba, que conta com a participação de representantes dos Estados de Minas, São Paulo e Rio de Janeiro, além de representantes do Parlamento Nacional:
Presidente: ministro da Viação Souza Lima; representantes do Ministério da Viação e Obras Públicas, engenheiro Luís Antônio de Mendonça Júnior, chefe do gabinete; engenheiro Vicente de Brito Pereira Filho, diretor do DNER; engenheiro Edmundo Regis Bitencourt, diretor do DNEF; engenheiro Gilberto Canedo de Magalhães, diretor do DNFRC; engenheiro Camilo de Menezes, diretor do DNOS, engenheiro Rui Maurício de Lima e Silva, diretor do DNIC; coronel Eurico de Sousa Gomes Filho, diretor da EFCB; coronel Gashipo Chagas Pereira, administrador da Leopoldina; engenheiro Jerônimo Monteiro Filho, secretário; Francisco Mendes, diretor geral do MVOP; representantes do Ministério da Agricultura, engenheiro agrônomo Antônio da Cunha Bayma, diretor da Divisão de Fomento da Produção Vegetal; Augusto de Oliveira Lopes, inspetor de Produtos de Origem Animal; engenheiro Raimundo Francisco Ribeiro Filho, da Divisão de Águas; representantes do Estado de Minas Gerais: engenheiro Lucas Lopes, engenheiro Décio Vasconcelos, engenheiro John Cotrim, engenheiro Demerval Pimenta; diretor da Rede Mineira de Viação, engenheiro agrônomo José Soares Gouveia; representantes do Estado de São Paulo: engenheiro Otávio Ferraz Sampaio, diretor da Inspetoria do Serviço Público, engenheiro Célio Ferreira, engenheiro agrônomo Lair Castro Cotti, engenheiro agrônomo Rui Miller Paiva; engenheiro agrônomo Paulo Rocha Tavares; representantes do Estado do Rio de Janeiro: engenheiro Rubens Caminha, diretor do Departamento de Rodagem do Estado, engenheiro Areia Leão, diretor de Obras Hidráulicas; engenheiro Rodolfo Veloso, diretor dos Portos Estaduais, engenheiro Abelardo do Carmo Reis, diretor dos Serviços de Energia Elétrica; engenheiro geólogo Alberto Lamego; representante do Conselho Nacional de Petróleo, engenheiro Ademir Mota Borges; representante do Conselho de Águas e Energia Elétrica, tenente-coronel José Varonil de Albuquerque Lima; representantes da Cia. Brasileira Administradora do Serviço Técnico “COBAST”, engenheiro Benjamim Franklin Barros Barreto, comandante José Garcia de Aragão; consultores: engenheiro Lino Amaral, secretário de Viação e Obras Públicas do Estado de São Paulo, Antônio Oliveira Costa, secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, engenheiro Manuel Pacheco de Carvalho, secretário da Viação do Estado de Minas Gerais; Tristão da Cunha, secretário da Agricultura do Estado de Minas Gerais; senador Artur Bernardes Filho e deputado Carlos Luz, Salo Brand, Saturnino Braga e Hélio de Macedo Soares e Silva.
PARA A REUNIÃO DA COMISSÃO DO VALE DO PARAÍBA-27 DE AGOSTO DE 1951
(A NOITE)
Para participar da primeira reunião da Comissão do Vale do Paraíba, chegou a esta capital num Bandeirante da Panair, o sr. Tristão da Cunha, secretário da Agricultura de Minas Gerais.
Designado pelo governador Juscelino Kubitschek para integrar aquele importante órgão criado em consequência de entendimentos havidos entre os Governos dos três Estados interessados no aproveitamento daquela rica e futurosa região, o sr. Tristão da Cunha terá como companheiros na representação mineira os srs. Lucas Lopes, Décio Vasconcelos, John Cotrim, Demerval Pimenta e José Soares.
Na mesma aeronave, chegou ao Rio também o sr. José Esteves Rodrigues, secretário da Viação de Minas, e a quem caberá a execução, no setor dos transportes, de importantes realizações ligadas aqueles entendimentos, tais como a da construção da rodovia São Paulo-Belo Horizonte.
APROVEITAMENTO DOS RECURSOS HIDRÁULICOS DO PARAÍBA-10 DE JULHO DE 1953
(CORREIO DA MANHÃ)
O embaixador Lourival Fontes recebeu ontem no Catete o presidente do Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica, general Pio Borges, acompanhado dos srs. coronel José Varonil Albuquerque Lima, Ruy Maurício de Lima e Silva, Djalma Alves Maia, Otávio Ferraz Sampaio, José Leite Corrêa Leal e Abelardo do Carmo Reis, membros da Comissão incumbida de promover os estudos do aproveitamento dos recursos hidráulicos do Rio Paraíba e seus afluentes, para a produção de energia elétrica.
Nessa oportunidade foi entregue para apreciação do presidente um relatório encerrando um estudo completo sobre o assunto, destacando-se a sugestão relativa à instituição de uma sociedade de economia mista que terá a incumbência de promover o aproveitamento dos amplos recursos naturais daquele rio, para a produção de energia elétrica, e, mediante a regularização do seu regime por meio de barragens, propiciar os meios sistemáticos à navegação, aos suprimentos d’água às cidades marginais e aos serviços de irrigação em todo o extenso vale.
REVELA O MINISTRO DA VIAÇÃO: SERÁ FACILITADA A IMPORTAÇÃO DE GERADORES PARA ATENUAR A CRISE DE ENERGIA ELÉTRICA-12 DE AGOSTO DE 1953
(CORREIO DA MANHÃ)
A SOLUÇÃO DO PROBLEMA DEPENDE TAMBÉM DO APROVEITAMENTO DO POTENCIAL DO PARAÍBA, INFORMA O SR. CLEOFAS
Os ministros João Cleofas, José Américo e João Goulart discutiram ontem em conjunto as consequências da crise de energia elétrica, particularmente no Distrito Federal e em São Paulo, assentando providências para melhorar o suprimento de eletricidade nos principais centros industriais do país. Na mesma ocasião trataram do aumento as tarifas, a fim de atenderem ao pedido de aumento dos trabalhadores do setor de gás e energia da Light.
INFORMAÇÕES DO MINISTRO DA VIAÇÃO
O sr. José Américo declarou que deverá ser executado um programa de instalação de usinas, no período de quatro anos, e que contribuirá sensivelmente para atenuar a crise de energia.
“Esse programa gira em torno do aproveitamento do potencial hidrelétrico do Paraíba. Uma comissão já estudou devidamente suas possibilidades. A crise no momento está muito grave. Em setembro, porém, haverá mais 70.000 KW, porque entrarão em carga dois geradores da usina subterrânea de Forçacava. Melhorarão as condições do racionamento, com toda a certeza”.
A SOLUÇÃO DE EMERGÊNCIA
Informou ainda o sr. José Américo que podem ser tomadas providências imediatas para atender às exigências da demanda, que está sempre aumentando. Assim, a CEXIM foi autorizada pelo presidente da República, a ceder com as disponibilidades, esperando-se que entrarão muitos geradores para a indústria.
PRIORIDADES
Falou, também, o sr. João Cleofas. Disse que no fornecimento de eletricidade algumas indústrias precisam de prioridade. Citou as de alimentação. Estas não podem diminuir a produção. Quanto ao problema de São Paulo, está ligado ao aproveitamento do potencial do Paraíba, pois este rio corta grande faixa desse Estado.
O DESEMPREGO
Ouvimos, a seguir, o ministro do Trabalho sobre a situação da indústria e dos trabalhadores.
“A situação, respondeu, está realmente crítica, em São Paulo e no Distrito Federal. Há fábricas paralisadas muitas horas diariamente. Decresce, em consequência, a produção industrial, e o decréscimo provoca a elevação dos preços. Os trabalhadores das indústrias mais atingidas estão sofrendo redução nos salários, porque não trabalham oito horas diárias. Não existe, porém, desemprego em massa. Com a importação de geradores haverá mais energia, e a situação melhorará”.
O PLANO DO PARAÍBA
O plano de aproveitamento do Paraíba foi elaborado por uma comissão de técnicos do Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica. Foi entregue ao sr. Getúlio Vargas nos primeiros dias do mês de julho. O coronel José Varonil de Albuquerque Lima, professor de Produção e Transmissão de Eletricidade da Escola Técnica do Exército, foi o presidente da Comissão.
O AUMENTO DO PESSOAL DA LIGHT E DAS TARIFAS
Os ministros da Viação, Agricultura e Trabalho tomaram as últimas medidas sobre o aumento do pessoal do setor de gás e energia elétrica da Light. As tarifas serão aumentadas dentro de poucos dias. A portaria a respeito será publicada brevemente no Diário Oficial e a melhoria vigorará desde 1º de agosto. O sr. Luiz Miranda, presidente do Sindicato do Trabalhadores em Energia Elétrica e Gás, pronunciou, após a reunião dos ministros, breves palavras de agradecimento, porque disse, resolveram a questão em pouco tempo.
PERCENTAGENS DE AUMENTO
Na energia elétrica, o reajustamento tarifário para o aumento de salários será mais ou menos 13,30% para o Rio de Janeiro, 10,70% para São Paulo e 7,60% para Santos, a título precário que será lançado em conta especial devendo uma comissão interministerial constatar a receita desse aumento, e qualquer superávit reverterá na imediata redução das respectivas taxas.
No gás, o aumento de tarifas deverá corresponder a 7,9%.

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