terça-feira, 26 de janeiro de 2016

“CONSTRUA A USINA TERMELÉTRICA OU DEIXE QUE OUTROS A REALIZEM”

O Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica decidiu que uma termelétrica deveria ser construída para atender o Distrito Federal, assim como foi feito na cidade de São Paulo, com a Usina Termelétrica de Piratininga, construída pela São Paulo Light, porém, já não atendia o decreto que tornava obrigatório o uso de carvão-vapor nacional. A usina termelétrica de grande porte para o Distrito Federal foi determinada por mais de uma resolução do órgão federal, mas mesmo assim a Rio Light não atendeu a demanda e nem sofreu penalidades por descumprimento.


(Depois da Usina Termelétrica de Piratininga, São Paulo, instalada pela São Paulo Light)
TERÁ A LIGHT QUE INSTALAR MAIS UMA USINA TERMELÉTRICA-1º DE JANEIRO DE 1954
(CORREIO DA MANHÃ)
OBRIGADA, TAMBÉM A REGULARIZAR O CURSO DO RIO PARAÍBA–PRAZOS DE SEIS E TRÊS MESES PARA APRESENTAR O PLANO DAS OBRAS–RESOLVE O CONSELHO DE ENERGIA ADIAR, POR SEIS MESES, O RACIONAMENTO, MENOS RIGOROSO, PORÉM–HOSPITAIS E CASA DE SAÚDE ISENTOS DE RESTRIÇÕES
Por enquanto, está mais ou menos normalizado o suprimento de eletricidade. Mas o Conselho Nacional de Águas e Energia, tendo em vista perspectivas futuras determinou em sua última reunião, novas normas de racionamento, que deverão vigorar até junho do ano que hoje se inicia. O racionamento, porém, será mais brando, como, também, mais branda está a própria Comissão de Racionamento nestes últimos meses. Entretanto, decidiu que a Light terá que regularizar o curso do Paraíba e instalar uma outra usina termelétrica.
ADIAMENTOS
Desde 1950, ano em que se agravou mais profundamente a crise de energia, vem sendo adiado o racionamento. Na verdade, em algumas épocas (quando há chuvas) as medidas restritivas passam a segundo plano ou são mesmo abandonadas. Não são punidos os consumidores, a indústria pode avançar algumas horas no serviço extraordinário, lâmpadas desatarraxadas nas vias públicas voltam a funcionar. Há revisões de cotas domiciliares e industriais. São realizadas pugnas esportivas à noite. Enfim, por alguns meses, o Rio vive quase despreocupado do problema de eletricidade.
MESES CRÍTICOS
Tanto os membros do Conselho de Energia como os da Comissão de Racionamento ficam bastante preocupados com os meses de abril, maio, junho, julho e mesmo agosto. São cinco meses torturantes para esses técnicos. Nessa quadra, os piores meses são os de maio, junho e julho. Porque escasseiam as chuvas nas cabeceiras do Rio Paraíba. Ficam reduzidos a filetes alguns córregos que levam água para esse rico manancial. A vazão do Paraíba, que nos tempos regulares varia entre 700 e 900 m3, desce a 150, 140 e mesmo a 100. Aí, as máquinas de Fontes e de Pombos não podem trabalhar à plena carga. Produzem, em média, 40 a 50% da sua capacidade.
BOM PERÍODO
Estamos atravessando, ao que parece, um bom período. Até março haverá energia suficiente para a indústria, o comércio e os consumidores residenciais. Quando aumenta a vazão do Paraíba, os operadores da Ilha dos Pombos abrem as comportas da sua pequena represa e liberam o excesso. Isto ainda não aconteceu nestas últimas semanas. Mas não será novidade quando ocorrer, o que é natural.
A RESERVA D´ÁGUA
A Light incluiu, no seu plano de expansão de eletricidade, a construção de algumas represas auxiliares nas proximidades das cabeceiras do Paraíba. Com essas reservas poderá fornecer água permanentemente às suas usinas, mesmo no período crítico. Quando esses reservatórios estiverem prontos, as obras ainda nem foram iniciadas, poderá desaparecer, por muitos anos, o fenômeno da crise de energia elétrica.
MAIS GERADORES
Segundo apurou a nossa reportagem, estão sendo intensificadas as obras da usina subterrânea de Forçacava (depois batizada como Nilo Peçanha). Dois dos seus geradores já estão funcionando normalmente. Mais outros dois deverão funcionar no segundo semestre deste ano. Serão mais 330.000 KW de carga instalada para o sistema gerador do Rio, incluindo a potência das unidades em circuito.
A AQUISIÇÃO DE GERADORES
Muitos industriais adquiriram geradores movidos a óleo diesel. Completam a cota necessária ao gasto de suas máquinas com esse processo. A energia produzida a diesel é um pouco mais cara. Mas em face das restrições, muitos industriais lançaram mão desse recurso.
COTAS INALTERADAS
A resolução do Conselho de Energia manteve as cotas já fixadas para os consumidores. Para os residenciais havia um limite até 50 KW. Mas esse limite foi a 100, o que alivia apreciavelmente a pressão sofrida por quase toda a população carioca. Hospitais e casas de saúde estão isentos de restrições.
PUNIÇÕES
Os consumidores que não ficarem dentro de suas cotas, ficam sujeitos às seguintes cominações: 1) Advertência na primeira falta, 2) Suspensão do fornecimento até 8 dias na reincidência, 3) Suspensão do fornecimento até 30 dias na terceira falta, 4) Suspensão por tempo indeterminado, quando se verificar nova falta.
PLANO DE OBRAS
Na mesma resolução, como acentuamos acima, a Light ficou obrigada a iniciar, dentro do menor tempo possível, as obras de regularização do Paraíba, a fim de evitar a repetição anual do racionamento. Dentro do prazo de 90 dias dará ciência ao Conselho das providências que tiver adotado para tal fim. Por outro lado, dentro de seis meses terá que apresentar o programa de instalação de uma central termelétrica. Essa central constituirá um reforço extraordinário ao Sistema Elétrico Rio.
REGULAMENTAÇÃO DAS ÁGUAS DO RIO PARAÍBA PARA MELHOR APROVEITAMENTO DAS FONTES DE ENERGIA HIDRELÉTRICA-25 DE FEVEREIRO DE 1954
(CORREIO DA MANHÃ)         
A Divisão de Águas do Departamento de Produção Mineral do Ministério da Agricultura vem ativando, desde o ano passado, estudos para elaboração de um plano de regulamentação das águas do Rio Paraíba, visando o maior aproveitamento das fontes de energia hidráulica.
O plano em cogitação inclui a construção de barragens não só no curso do Paraíba e seus afluentes, como nos Rios Paraibuna, Paraitinga e São Lourenço.
Desses estudos dependerá a garantia do pleno funcionamento da usina de Ribeirão das Lajes, além da utilização de outras importantes fontes de energia hidráulica localizadas na Bacia do Paraíba. Não podendo prescindir desse potencial o suprimento do sistema Rio-São Paulo, os dois maiores centros consumidores do País, os técnicos da Divisão de Águas são de opinião que a crise de eletricidade, embora atenuada com a realização das obras Paraíba-Ribeirão das Lajes, tende a se agravar em futuro próximo, em 1961, conforme previsão já feita, se não forem captadas novas forças hidráulicas.
Dada a sua importância vital, essa bacia hidrográfica é a que está sendo melhor estudada por aquela Divisão do Ministério da Agricultura, cujos técnicos já relacionaram os seus recursos hidráulicos conhecidos num total de 2.691.000 CV, assim distribuídos: Caraguatatuba, 465.000; Salto Funil, 180.000; Forçacava, 720.000; Carvalhais, 175.000; Anta-Sapucaia, 511.000; Picada, 160.000; Simplício, 300.000; e São Fidélis, 180.000 CV.
EMPRÉSTIMO DO BANCO MUNDIAL À LIGHT-25 DE FEVEREIRO DE 1954
(CORREIO DA MANHÃ)
18.790.000 DÓLARES PARA A CENTRAL DE ENERGIA TERMELÉTRICA DE PIRATININGA
WASHINGTON, 24 – O Banco Internacional anunciou, hoje, que concedeu um empréstimo de US$ 18.790.000 à Brazilian Traction, Light & Power Company, Limited.
A notícia diz que os empréstimos têm por finalidade “contribuir para a conclusão de uma usina termelétrica em Piratininga, perto da cidade de São Paulo”.
O Banco destacou que São Paulo “é a sede de muitas das principais indústrias do Brasil”. Explicou que “a companhia de eletricidade que dá força motriz e luz é a São Paulo Light & Power Company, Limited, subsidiária da Brazilian Traction”.
Em anos recentes, a companhia teve dificuldades em aceitar novos clientes, sem restringir o uso dos serviços, estando agora racionada a eletricidade, com consequente diminuição na produção industrial.
Para fazer face às necessidades, a São Paulo Light & Power Limited duplicará em 1956 sua atual capacidade de 500.000 KW. Como primeiro passo, a companhia começou em 1952, a construção da Central Termelétrica de Piratininga, que produzirá 160.000 KW. Decidiu-se fazê-la desse tipo (termelétrica) por ser o meio mais rápido de dispor de maior força elétrica, e porque, eventualmente, servirá de equilíbrio no sistema de centrais hidrelétricas da companhia.
As longas secas nesta área, nos últimos três anos, reduziram o nível das águas dos depósitos de reserva a um quinto de sua capacidade normal. A ocorrência de novos e longos períodos de seca, acarretariam sério problema para a companhia, se esta ficasse na dependência exclusiva de um sistema hidrelétrico.
A central de Piratininga deveria estar terminada em fins de 1954. O custo total do projeto se estima no valor de US$ 35.000.000.
A companhia, por sua parte, declarou que o empréstimo será utilizado para cobrir equipamentos a serem importados, pagando a Brazilian Traction o excedente. O empréstimo, garantido pelo Governo brasileiro será por 20 anos, com juros de 4,7∕8% ao ano, e incluirá 1% de comissão. A amortização começará a 1º de setembro de 1955.
Em janeiro de 1949, o Banco Internacional concedeu um empréstimo de US$ 75.000.000 à mesma companhia, para expansão da produção de energia elétrica e dos serviços telefônicos. Esse empréstimo foi ampliado dois anos depois em mais US$ 13.000.000. Os projetos elétricos financiados pelo montante de US$ 88.000.000 têm uma capacidade combinada de 600.000 KW, grande parte da qual já em operação; o restante a ser inaugurado e 1954.
O empréstimo atual, depois de aprovado pelo Banco, foi assinado a 23 do corrente pelo sr. Mário Câmara, representante do Governo brasileiro, pelos srs. E. C. Fox, primeiro vice-presidente da Brazilian Traction e Robert Garner, diretor do Banco Internacional, e por representantes da National Trust Company.
SERÁ INSTALADO EM SÃO PAULO O MAIOR GERADOR ELÉTRICO DA AMÉRICA DO SUL-7 DE MARÇO DE 1954
(CORREIO DA MANHÃ)
PRODUZIRÁ ENERGIA PARA AQUELA CIDADE E PARA O RIO DE JANEIRO
Acha-se a caminho de São Paulo para ser instalado em uma nova usina termelétrica que está sendo construída para a Brazilian Traction, Light & Power Company, um estator de 130 toneladas e que é considerado o maior até agora embarcado para a América do Sul. Mede 10,56 metros de comprimento, 3,69 de altura e 4,13 metros de largura. É, o primeiro de dois geradores construídos pela General Electric, Estado de Nova York, para uma usina termelétrica avaliada em US$ 32 milhões e com a capacidade de 200.000 KW. Esta usina termelétrica fornecerá energia a São Paulo e ao Rio de Janeiro.
Embora o Porto do Rio fique a cerca de 400 km mais próximo do que qualquer outro do destino final do estator, esta teve que ser desembarcado no porto do Rio por não poder vencer as grandes rampas, os treze túneis e as 16 pontes da Estrada de Ferro Santos-São Paulo.
No Rio, o estator teve que ser descarregado por processo especial dado a insuficiência dos guindastes do porto para executar a esse serviço.
Os engenheiros da Light estudaram durante vários meses o transporte ferroviário em cooperação com os engenheiros da Central do Brasil. Um trem gabarito foi organizado para as experiências e foram necessárias numerosas modificações na linha.
O empreendimento envolve trabalho da engenharia da COBAST, da General Electric, da firma construtora Stone & Webster com a colaboração das autoridades públicas.
O POTENCIAL HIDRELÉTRICO DO PARAÍBA DO SUL-28 DE OUTUBRO DE 1954
(CORREIO DA MANHÃ)
O atual ministro da Fazenda, prof. Gudin, prometeu em seu discurso de posse concentrar os principais recursos do País em energia e transporte. É o binômio do governador Juscelino Kubitschek que, aplicado em Minas Gerais, com rara pertinácia, mais do que dobrara até 1955, a eletricidade que a província montanhesa dispunha em 1950. Em outras palavras, Minas Gerais passará de uns 200.000 KW instalados, produzindo anualmente cerca de 1.200 milhões KWh (Castelo do Bode em Portugal, 300 milhões), a uns 400.000 KW instalados em 1955, com uma produção provável de 2.400 milhões KWh. (...)
PROTESTO CONTRA A LIGHT NA FEDERAÇÃO DE INDÚSTRIAS: “CONSTRUA A USINA TERMELÉTRICA OU DEIXE QUE OUTROS A REALIZEM”-1º DE JANEIRO DE 1955
(IMPRENSA POPULAR)
Pedido no Conselho da entidade da indústria carioca que se oficie a respeito ao truste – Recebeu determinação para construí-la em dezembro de 1953 e até agora nem os estudos realizou
Tem provocado protestos na Federação das Indústrias a não construção da usina termelétrica a que está obrigada a Light.
“É preciso que a indústria levante a sua voz e diga à companhia concessionária que, se não é possível cumprir a cláusula que determina a construção de uma usina termelétrica para suprir as deficiências locais, deve abrir oportunidades para que outros realizem essa tarefa”. Assim falou no Conselho de Representantes da Federação de Indústrias do Distrito Federal o conselheiro Renato Heinzelmann.
Pediu ainda o industrial que fosse enviado ofício à Light expondo o pensamento dos dirigentes da indústria carioca e protestando contra o racionamento de energia elétrica causado pela não construção dessa usina.
A CRISE DA ENERGIA NA PALAVRA DO PRESIDENTE
Na II Reunião Plenária da Indústria Nacional, recentemente realizada em Porto Alegre, o sr. Zulfo de Freitas Mallman, presidente da Federação de Indústrias do Distrito Federal, já falara também a respeito da crise de energia elétrica e seus prejuízos à indústria e aos diversos aspectos da economia nacional, dizendo:
“A produção de energia elétrica, por insuficiente, obriga-nos ao uso devastador da madeira como combustível e à onerosa importação dos similares líquidos”.
A LIGHT ESTÁ SABOTANDO A INDÚSTRIA
Além da falta de regularização do Rio Paraíba, que a Light deveria fazer para assegurar o pleno funcionamento da usina de Forçacava mesmo em época de estiagem, o truste norte-americano deixou de construir também uma série de represas a que se obrigou quando lhe foi concedido o direito monopolista de fornecer energia elétrica. Além disso outro fato concorre para a periódica e crescente crise do abastecimento de energia elétrica no sistema Rio-São Paulo: a inexistência de usinas termelétricas de reforço.
CORTES DE CIRCUITO: CONSEQUÊNCIA DA FALTA DA USINA TERMELÉTRICA
Mesmo nos países de maiores reservas hidráulicas, como os Estados Unidos ou a Suécia, a técnica moderna aconselha sempre a complementação dos sistemas hidrelétricos mediante usinas termelétricas, que se destinam a cobrir as pontas de carga, isto é, as horas em que há maior consumo de energia. No sistema que serve ao Distrito Federal praticamente não há reforço termelétrico. De modo que, nas horas de maior demanda, tem sido fatal o corte de circuito, com os consequentes e indiscutíveis prejuízos que acarretam para os consumidores.
DEVERIA TER CONSTRUÍDO DESDE 1953
Falando a respeito, declarou o diretor da Divisão de Águas do Ministério da Agricultura, dr. Valdemar de Carvalho:
“A Divisão de Águas há muito vem pugnando pela construção de uma central termelétrica para reforçar o abastecimento do Rio. Essa usina poderá consumir carvão nacional ou óleo, e deverá entrar em funcionamento nas horas de consumo máximo, de modo a evitar tanto o corte de circuito como a queda de voltagem”.
E sobre a regularização do Rio Paraíba:
“Não se entende a construção de um sistema hidrelétrico dessa importância sem a correspondente regularização do curso d´água aproveitando, através de barragens de acumulação. Com a regularização da descarga do rio, abrem-se perspectivas para a construção de uma série de novas usinas”.
Desde dezembro de 1953, quando o Distrito Federal sofria um dos mais drásticos racionamentos, o Conselho de Águas e Energia Elétrica, por proposta do sr. Valdemar de Carvalho aprovou uma resolução determinando à Light, que construísse essa usina. Aconselhava-se a instalação de uma usina de pelo menos 200.000 KW de potência. O conselho, no entanto, considerou que, mesmo com 100.000 KW, a usina seria satisfatória provisoriamente.
A usina, no entanto, não foi instalada e nem sequer os estudos foram feitos. Mas, na prática, o Conselho nenhuma medida concreta tomou para que sua resolução fosse cumprida, apenas reiterando sua resolução, como se pedisse favor quando da nova crise de estiagem deste ano, em que foi atingida pelo racionamento até a Siderúrgica Nacional. O que o Conselho de Águas tem feito até aqui é transformar em leis os interesses e a vontade da Light. O problema do racionamento, portanto, não é apenas técnico. Sua solução exige medidas, em que decida o povo brasileiro e não a Light.
CONSELHO NACIONAL DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA
ATO DO PLENÁRIO
Resolução nº 1.103
O Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica, usando de atribuições legais, e tendo em vista os graves e incalculáveis prejuízos decorrentes dos racionamentos de energia elétrica, e
Considerando que, em consequência das repetidas e prolongadas estiagens no Vale do Rio Paraíba, as instalações geradoras de eletricidade da Companhia de Carris, Luz e Força do Rio de Janeiro, Limitada, não podem produzir a energia elétrica necessária ao consumo da Capital da República e das localidades do Estado do Rio por ela servidas;
Considerando que não é admissível que a Capital do País com intensa atividade industrial e densa população continue à mercê de maiores ou menores precipitações pluviométricas;
Considerando que não se pode, sob o ponto de vista técnico, admitir sistema hidrelétrico sem a proporcional e indispensável complementação termelétrica;
Considerando que é inadiável a complementação do sistema hidrelétrico da concessionária;
Considerando que por essas razões já em dezembro de 1953 o Conselho resolvera determinar à aludida Companhia providências no sentido de dotar o seu sistema da imprescindível complementação termelétrica;
Considerando, por outro lado, que o aproveitamento da energia hidráulica do desnível de "Ponte Coberta" constitui etapa das obras relacionadas com o desvio da água do Rio Paraíba;
Considerando o pronunciamento do Plenário sobre a indicação apresentada em sessão hoje realizada, resolve:
I - Reiterar a determinação feita à Companhia de Carris, Luz e Força do Rio de Janeiro, Limitada, constante do parágrafo único da Resolução nº 934, de 30 de dezembro de 1953 no sentido de serem tomadas, com a maior urgência, todas as medidas indispensáveis à instalação no seu sistema, de uma central termelétrica de potência não inferior a 100.000 KW, aparelhada para a utilização de carvão nacional e óleo combustível.
II - Advertir a referida Companhia sobre a urgência de serem executadas as obras do aproveitamento da energia hidráulica do desnível existente no local denominado "Ponte Coberta", cuja concessão lhe foi outorgada pelo Decreto n° 14.950, de 7 de março de 1944, devendo apresentar no prazo de 180 (cento e oitenta) dias os respectivos projeto e orçamento.
III - Recomendar que a Divisão de Águas, do Departamento Nacional da Produção Mineral, do Ministério da Agricultura, como Repartição fiscalizadora das empresas concessionárias, adote todas as providências cabíveis, de acordo com a legislação vigente a fim de exigir da Companhia de Carris, Luz e Força do Rio de Janeiro, Limitada, o cumprimento do disposto nesta Resolução.
Sala das Sessões, em 18 de outubro de 1955
Pio Borges, presidente
Alcyr de Paula Freitas Coelho, relator
José Varonil de Albuquerque Lima
Waldemar José de Carvalho
Miguel Magaldi

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