O Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica decidiu que uma termelétrica deveria ser construída para atender o Distrito Federal, assim como foi feito na cidade de São Paulo, com a Usina Termelétrica de Piratininga, construída pela São Paulo Light, porém, já não atendia o decreto que tornava obrigatório o uso de carvão-vapor nacional. A usina termelétrica de grande porte para o Distrito Federal foi determinada por mais de uma resolução do órgão federal, mas mesmo assim a Rio Light não atendeu a demanda e nem sofreu penalidades por descumprimento.
(Depois
da Usina Termelétrica de Piratininga, São Paulo, instalada pela São Paulo
Light)
TERÁ A LIGHT QUE INSTALAR
MAIS UMA USINA TERMELÉTRICA-1º DE JANEIRO DE 1954
(CORREIO DA MANHÃ)
OBRIGADA, TAMBÉM A REGULARIZAR
O CURSO DO RIO PARAÍBA–PRAZOS DE SEIS E TRÊS MESES PARA APRESENTAR O PLANO DAS
OBRAS–RESOLVE O CONSELHO DE ENERGIA ADIAR, POR SEIS MESES, O RACIONAMENTO,
MENOS RIGOROSO, PORÉM–HOSPITAIS E CASA DE SAÚDE ISENTOS DE RESTRIÇÕES
Por enquanto, está mais ou
menos normalizado o suprimento de eletricidade. Mas o Conselho Nacional de
Águas e Energia, tendo em vista perspectivas futuras determinou em sua última
reunião, novas normas de racionamento, que deverão vigorar até junho do ano que
hoje se inicia. O racionamento, porém, será mais brando, como, também, mais
branda está a própria Comissão de Racionamento nestes últimos meses.
Entretanto, decidiu que a Light terá que regularizar o curso do Paraíba e
instalar uma outra usina termelétrica.
ADIAMENTOS
Desde 1950, ano em que se
agravou mais profundamente a crise de energia, vem sendo adiado o racionamento.
Na verdade, em algumas épocas (quando há chuvas) as medidas restritivas passam
a segundo plano ou são mesmo abandonadas. Não são punidos os consumidores, a
indústria pode avançar algumas horas no serviço extraordinário, lâmpadas
desatarraxadas nas vias públicas voltam a funcionar. Há revisões de cotas
domiciliares e industriais. São realizadas pugnas esportivas à noite. Enfim,
por alguns meses, o Rio vive quase despreocupado do problema de eletricidade.
MESES CRÍTICOS
Tanto os membros do Conselho
de Energia como os da Comissão de Racionamento ficam bastante preocupados com
os meses de abril, maio, junho, julho e mesmo agosto. São cinco meses
torturantes para esses técnicos. Nessa quadra, os piores meses são os de maio,
junho e julho. Porque escasseiam as chuvas nas cabeceiras do Rio Paraíba. Ficam
reduzidos a filetes alguns córregos que levam água para esse rico manancial. A
vazão do Paraíba, que nos tempos regulares varia entre 700 e 900 m3,
desce a 150, 140 e mesmo a 100. Aí, as máquinas de Fontes e de Pombos não podem
trabalhar à plena carga. Produzem, em média, 40 a 50% da sua capacidade.
BOM PERÍODO
Estamos atravessando, ao que
parece, um bom período. Até março haverá energia suficiente para a indústria, o
comércio e os consumidores residenciais. Quando aumenta a vazão do Paraíba, os
operadores da Ilha dos Pombos abrem as comportas da sua pequena represa e
liberam o excesso. Isto ainda não aconteceu nestas últimas semanas. Mas não
será novidade quando ocorrer, o que é natural.
A RESERVA D´ÁGUA
A Light incluiu, no seu
plano de expansão de eletricidade, a construção de algumas represas auxiliares
nas proximidades das cabeceiras do Paraíba. Com essas reservas poderá fornecer
água permanentemente às suas usinas, mesmo no período crítico. Quando esses reservatórios
estiverem prontos, as obras ainda nem foram iniciadas, poderá desaparecer, por
muitos anos, o fenômeno da crise de energia elétrica.
MAIS GERADORES
Segundo apurou a nossa
reportagem, estão sendo intensificadas as obras da usina subterrânea de
Forçacava (depois batizada como Nilo
Peçanha). Dois dos seus geradores já estão funcionando normalmente. Mais
outros dois deverão funcionar no segundo semestre deste ano. Serão mais 330.000
KW de carga instalada para o sistema gerador do Rio, incluindo a potência das
unidades em circuito.
A AQUISIÇÃO DE GERADORES
Muitos industriais
adquiriram geradores movidos a óleo diesel. Completam a cota necessária ao
gasto de suas máquinas com esse processo. A energia produzida a diesel é um
pouco mais cara. Mas em face das restrições, muitos industriais lançaram mão
desse recurso.
COTAS INALTERADAS
A resolução do Conselho de
Energia manteve as cotas já fixadas para os consumidores. Para os residenciais
havia um limite até 50 KW. Mas esse limite foi a 100, o que alivia
apreciavelmente a pressão sofrida por quase toda a população carioca. Hospitais
e casas de saúde estão isentos de restrições.
PUNIÇÕES
Os consumidores que não
ficarem dentro de suas cotas, ficam sujeitos às seguintes cominações: 1)
Advertência na primeira falta, 2) Suspensão do fornecimento até 8 dias na
reincidência, 3) Suspensão do fornecimento até 30 dias na terceira falta, 4)
Suspensão por tempo indeterminado, quando se verificar nova falta.
PLANO DE OBRAS
Na mesma resolução, como
acentuamos acima, a Light ficou obrigada a iniciar, dentro do menor tempo
possível, as obras de regularização do Paraíba, a fim de evitar a repetição
anual do racionamento. Dentro do prazo de 90 dias dará ciência ao Conselho das
providências que tiver adotado para tal fim. Por outro lado, dentro de seis
meses terá que apresentar o programa de instalação de uma central termelétrica.
Essa central constituirá um reforço extraordinário ao Sistema Elétrico Rio.
REGULAMENTAÇÃO DAS ÁGUAS DO
RIO PARAÍBA PARA MELHOR APROVEITAMENTO DAS FONTES DE ENERGIA HIDRELÉTRICA-25 DE
FEVEREIRO DE 1954
(CORREIO
DA MANHÃ)
A Divisão
de Águas do Departamento de Produção Mineral do Ministério da Agricultura vem
ativando, desde o ano passado, estudos para elaboração de um plano de
regulamentação das águas do Rio Paraíba, visando o maior aproveitamento das
fontes de energia hidráulica.
O
plano em cogitação inclui a construção de barragens não só no curso do Paraíba
e seus afluentes, como nos Rios Paraibuna, Paraitinga e São Lourenço.
Desses
estudos dependerá a garantia do pleno funcionamento da usina de Ribeirão das
Lajes, além da utilização de outras importantes fontes de energia hidráulica
localizadas na Bacia do Paraíba. Não podendo prescindir desse potencial o
suprimento do sistema Rio-São Paulo, os dois maiores centros consumidores do
País, os técnicos da Divisão de Águas são de opinião que a crise de
eletricidade, embora atenuada com a realização das obras Paraíba-Ribeirão das
Lajes, tende a se agravar em futuro próximo, em 1961, conforme previsão já
feita, se não forem captadas novas forças hidráulicas.
Dada
a sua importância vital, essa bacia hidrográfica é a que está sendo melhor
estudada por aquela Divisão do Ministério da Agricultura, cujos técnicos já
relacionaram os seus recursos hidráulicos conhecidos num total de 2.691.000 CV,
assim distribuídos: Caraguatatuba, 465.000; Salto Funil, 180.000; Forçacava,
720.000; Carvalhais, 175.000; Anta-Sapucaia, 511.000; Picada, 160.000;
Simplício, 300.000; e São Fidélis, 180.000 CV.
EMPRÉSTIMO DO BANCO MUNDIAL
À LIGHT-25 DE FEVEREIRO DE 1954
(CORREIO DA MANHÃ)
18.790.000 DÓLARES PARA A
CENTRAL DE ENERGIA TERMELÉTRICA DE PIRATININGA
WASHINGTON, 24 – O Banco
Internacional anunciou, hoje, que concedeu um empréstimo de US$ 18.790.000 à
Brazilian Traction, Light & Power Company, Limited.
A notícia diz que os
empréstimos têm por finalidade “contribuir
para a conclusão de uma usina termelétrica em Piratininga, perto da cidade de
São Paulo”.
O Banco destacou que São
Paulo “é a sede de muitas das principais
indústrias do Brasil”. Explicou que “a
companhia de eletricidade que dá força motriz e luz é a São Paulo Light &
Power Company, Limited, subsidiária da Brazilian Traction”.
Em anos recentes, a
companhia teve dificuldades em aceitar novos clientes, sem restringir o uso dos
serviços, estando agora racionada a eletricidade, com consequente diminuição na
produção industrial.
Para fazer face às
necessidades, a São Paulo Light & Power Limited duplicará em 1956 sua atual
capacidade de 500.000 KW. Como primeiro passo, a companhia começou em 1952, a
construção da Central Termelétrica de Piratininga, que produzirá 160.000 KW. Decidiu-se
fazê-la desse tipo (termelétrica) por ser o meio mais rápido de dispor de maior
força elétrica, e porque, eventualmente, servirá de equilíbrio no sistema de
centrais hidrelétricas da companhia.
As longas secas nesta área,
nos últimos três anos, reduziram o nível das águas dos depósitos de reserva a
um quinto de sua capacidade normal. A ocorrência de novos e longos períodos de
seca, acarretariam sério problema para a companhia, se esta ficasse na
dependência exclusiva de um sistema hidrelétrico.
A central de Piratininga
deveria estar terminada em fins de 1954. O custo total do projeto se estima no
valor de US$ 35.000.000.
A companhia, por sua parte,
declarou que o empréstimo será utilizado para cobrir equipamentos a serem
importados, pagando a Brazilian Traction o excedente. O empréstimo, garantido
pelo Governo brasileiro será por 20 anos, com juros de 4,7∕8% ao ano, e
incluirá 1% de comissão. A amortização começará a 1º de setembro de 1955.
Em janeiro de 1949, o Banco
Internacional concedeu um empréstimo de US$ 75.000.000 à mesma companhia, para
expansão da produção de energia elétrica e dos serviços telefônicos. Esse
empréstimo foi ampliado dois anos depois em mais US$ 13.000.000. Os projetos
elétricos financiados pelo montante de US$ 88.000.000 têm uma capacidade
combinada de 600.000 KW, grande parte da qual já em operação; o restante a ser
inaugurado e 1954.
O empréstimo atual, depois
de aprovado pelo Banco, foi assinado a 23 do corrente pelo sr. Mário Câmara,
representante do Governo brasileiro, pelos srs. E. C. Fox, primeiro
vice-presidente da Brazilian Traction e Robert Garner, diretor do Banco
Internacional, e por representantes da National Trust Company.
SERÁ INSTALADO EM SÃO PAULO
O MAIOR GERADOR ELÉTRICO DA AMÉRICA DO SUL-7 DE MARÇO DE 1954
(CORREIO DA MANHÃ)
PRODUZIRÁ ENERGIA PARA
AQUELA CIDADE E PARA O RIO DE JANEIRO
Acha-se a caminho de São
Paulo para ser instalado em uma nova usina termelétrica que está sendo
construída para a Brazilian Traction, Light & Power Company, um estator de
130 toneladas e que é considerado o maior até agora embarcado para a América do
Sul. Mede 10,56 metros de comprimento, 3,69 de altura e 4,13 metros de largura.
É, o primeiro de dois geradores construídos pela General Electric, Estado de
Nova York, para uma usina termelétrica avaliada em US$ 32 milhões e com a
capacidade de 200.000 KW. Esta usina termelétrica fornecerá energia a São Paulo
e ao Rio de Janeiro.
Embora o Porto do Rio fique
a cerca de 400 km mais próximo do que qualquer outro do destino final do
estator, esta teve que ser desembarcado no porto do Rio por não poder vencer as
grandes rampas, os treze túneis e as 16 pontes da Estrada de Ferro Santos-São
Paulo.
No Rio, o estator teve que
ser descarregado por processo especial dado a insuficiência dos guindastes do
porto para executar a esse serviço.
Os engenheiros da Light
estudaram durante vários meses o transporte ferroviário em cooperação com os
engenheiros da Central do Brasil. Um trem gabarito foi organizado para as
experiências e foram necessárias numerosas modificações na linha.
O empreendimento envolve
trabalho da engenharia da COBAST, da General Electric, da firma construtora
Stone & Webster com a colaboração das autoridades públicas.
O POTENCIAL HIDRELÉTRICO DO
PARAÍBA DO SUL-28 DE OUTUBRO DE 1954
(CORREIO DA MANHÃ)
O atual ministro da Fazenda,
prof. Gudin, prometeu em seu discurso de posse concentrar os principais
recursos do País em energia e transporte. É o binômio do governador Juscelino
Kubitschek que, aplicado em Minas Gerais, com rara pertinácia, mais do que
dobrara até 1955, a eletricidade que a província montanhesa dispunha em 1950.
Em outras palavras, Minas Gerais passará de uns 200.000 KW instalados,
produzindo anualmente cerca de 1.200 milhões KWh (Castelo do Bode em Portugal,
300 milhões), a uns 400.000 KW instalados em 1955, com uma produção provável de
2.400 milhões KWh. (...)
PROTESTO CONTRA A LIGHT NA
FEDERAÇÃO DE INDÚSTRIAS: “CONSTRUA A USINA TERMELÉTRICA OU DEIXE QUE OUTROS A
REALIZEM”-1º DE JANEIRO DE 1955
(IMPRENSA POPULAR)
Pedido no Conselho da
entidade da indústria carioca que se oficie a respeito ao truste – Recebeu
determinação para construí-la em dezembro de 1953 e até agora nem os estudos
realizou
Tem provocado protestos na Federação
das Indústrias a não construção da usina termelétrica a que está obrigada a
Light.
“É
preciso que a indústria levante a sua voz e diga à companhia concessionária
que, se não é possível cumprir a cláusula que determina a construção de uma
usina termelétrica para suprir as deficiências locais, deve abrir oportunidades
para que outros realizem essa tarefa”. Assim falou no Conselho de
Representantes da Federação de Indústrias do Distrito Federal o conselheiro
Renato Heinzelmann.
Pediu ainda o industrial que
fosse enviado ofício à Light expondo o pensamento dos dirigentes da indústria
carioca e protestando contra o racionamento de energia elétrica causado pela
não construção dessa usina.
A CRISE DA ENERGIA NA
PALAVRA DO PRESIDENTE
Na II Reunião Plenária da
Indústria Nacional, recentemente realizada em Porto Alegre, o sr. Zulfo de
Freitas Mallman, presidente da Federação de Indústrias do Distrito Federal, já
falara também a respeito da crise de energia elétrica e seus prejuízos à
indústria e aos diversos aspectos da economia nacional, dizendo:
“A
produção de energia elétrica, por insuficiente, obriga-nos ao uso devastador da
madeira como combustível e à onerosa importação dos similares líquidos”.
A LIGHT ESTÁ SABOTANDO A
INDÚSTRIA
Além da falta de
regularização do Rio Paraíba, que a Light deveria fazer para assegurar o pleno
funcionamento da usina de Forçacava mesmo em época de estiagem, o truste
norte-americano deixou de construir também uma série de represas a que se
obrigou quando lhe foi concedido o direito monopolista de fornecer energia
elétrica. Além disso outro fato concorre para a periódica e crescente crise do
abastecimento de energia elétrica no sistema Rio-São Paulo: a inexistência de
usinas termelétricas de reforço.
CORTES DE CIRCUITO:
CONSEQUÊNCIA DA FALTA DA USINA TERMELÉTRICA
Mesmo nos países de maiores
reservas hidráulicas, como os Estados Unidos ou a Suécia, a técnica moderna
aconselha sempre a complementação dos sistemas hidrelétricos mediante usinas
termelétricas, que se destinam a cobrir as pontas de carga, isto é, as horas em
que há maior consumo de energia. No sistema que serve ao Distrito Federal
praticamente não há reforço termelétrico. De modo que, nas horas de maior
demanda, tem sido fatal o corte de circuito, com os consequentes e
indiscutíveis prejuízos que acarretam para os consumidores.
DEVERIA TER CONSTRUÍDO DESDE
1953
Falando a respeito, declarou
o diretor da Divisão de Águas do Ministério da Agricultura, dr. Valdemar de
Carvalho:
“A
Divisão de Águas há muito vem pugnando pela construção de uma central
termelétrica para reforçar o abastecimento do Rio. Essa usina poderá consumir
carvão nacional ou óleo, e deverá entrar em funcionamento nas horas de consumo
máximo, de modo a evitar tanto o corte de circuito como a queda de voltagem”.
E sobre a regularização do
Rio Paraíba:
“Não
se entende a construção de um sistema hidrelétrico dessa importância sem a
correspondente regularização do curso d´água aproveitando, através de barragens
de acumulação. Com a regularização da descarga do rio, abrem-se perspectivas
para a construção de uma série de novas usinas”.
Desde dezembro de 1953,
quando o Distrito Federal sofria um dos mais drásticos racionamentos, o
Conselho de Águas e Energia Elétrica, por proposta do sr. Valdemar de Carvalho
aprovou uma resolução determinando à Light, que construísse essa usina.
Aconselhava-se a instalação de uma usina de pelo menos 200.000 KW de potência.
O conselho, no entanto, considerou que, mesmo com 100.000 KW, a usina seria
satisfatória provisoriamente.
A usina, no entanto, não foi
instalada e nem sequer os estudos foram feitos. Mas, na prática, o Conselho
nenhuma medida concreta tomou para que sua resolução fosse cumprida, apenas
reiterando sua resolução, como se pedisse favor quando da nova crise de
estiagem deste ano, em que foi atingida pelo racionamento até a Siderúrgica
Nacional. O que o Conselho de Águas tem feito até aqui é transformar em leis os
interesses e a vontade da Light. O problema do racionamento, portanto, não é
apenas técnico. Sua solução exige medidas, em que decida o povo brasileiro e
não a Light.
CONSELHO NACIONAL DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA
ATO DO PLENÁRIO
Resolução nº 1.103
O Conselho Nacional de Águas
e Energia Elétrica, usando de atribuições legais, e tendo em vista os graves e
incalculáveis prejuízos decorrentes dos racionamentos de energia elétrica, e
Considerando que, em
consequência das repetidas e prolongadas estiagens no Vale do Rio Paraíba, as
instalações geradoras de eletricidade da Companhia de Carris, Luz e Força do
Rio de Janeiro, Limitada, não podem produzir a energia elétrica necessária ao
consumo da Capital da República e das localidades do Estado do Rio por ela
servidas;
Considerando que não é
admissível que a Capital do País com intensa atividade industrial e densa
população continue à mercê de maiores ou menores precipitações pluviométricas;
Considerando que não se
pode, sob o ponto de vista técnico, admitir sistema hidrelétrico sem a
proporcional e indispensável complementação termelétrica;
Considerando que é inadiável
a complementação do sistema hidrelétrico da concessionária;
Considerando que por essas
razões já em dezembro de 1953 o Conselho resolvera determinar à aludida
Companhia providências no sentido de dotar o seu sistema da imprescindível
complementação termelétrica;
Considerando, por outro
lado, que o aproveitamento da energia hidráulica do desnível de "Ponte Coberta" constitui
etapa das obras relacionadas com o desvio da água do Rio Paraíba;
Considerando o
pronunciamento do Plenário sobre a indicação apresentada em sessão hoje
realizada, resolve:
I - Reiterar a determinação
feita à Companhia de Carris, Luz e Força do Rio de Janeiro, Limitada, constante
do parágrafo único da Resolução nº 934, de 30 de dezembro de 1953 no sentido de
serem tomadas, com a maior urgência, todas as medidas indispensáveis à
instalação no seu sistema, de uma central termelétrica de potência não inferior
a 100.000 KW, aparelhada para a utilização de carvão nacional e óleo
combustível.
II - Advertir a referida
Companhia sobre a urgência de serem executadas as obras do aproveitamento da
energia hidráulica do desnível existente no local denominado "Ponte Coberta", cuja
concessão lhe foi outorgada pelo Decreto n° 14.950, de 7 de março de 1944,
devendo apresentar no prazo de 180 (cento e oitenta) dias os respectivos
projeto e orçamento.
III - Recomendar que a
Divisão de Águas, do Departamento Nacional da Produção Mineral, do Ministério
da Agricultura, como Repartição fiscalizadora das empresas concessionárias,
adote todas as providências cabíveis, de acordo com a legislação vigente a fim
de exigir da Companhia de Carris, Luz e Força do Rio de Janeiro, Limitada, o
cumprimento do disposto nesta Resolução.
Sala das Sessões, em 18 de
outubro de 1955
Pio Borges, presidente
Alcyr de Paula Freitas
Coelho, relator
José Varonil de Albuquerque
Lima
Waldemar José de Carvalho
Miguel Magaldi
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